Com certeza você já ouviu muita gente se queixando do quanto gastou na reforma da casa ou na construção de uma nova. “Foi mais que o dobro”, “o pedreiro sumiu depois do pagamento”, “ficou faltando uma parte e para consertar custou mais caro que quase todo o serviço” são algumas das frases mais comuns que tenho ouvido por aí. Mas fica a pergunta: afinal, toda reforma tem que acabar com o orçamento?
Conversando com profissionais da área de construção civil aprendi algumas dicas interessantes que fazem a diferença ao calcular o quanto a obra poderá custar. Construtores, engenheiros e outros profissionais ligados a este segmento garantem que é possível fazer uma boa reforma sem destruir as contas – afinal, eles vivem disso e entendem bem a relação custo benefício que representa a obra. Daí vieram estas dicas:
– Planejar a obra não adianta porque sempre surge algo inesperado – mito e, na opinião dos experts, absurdo. Uma boa reforma requer muito planejamento e cálculo tanto de dinheiro quanto de tempo. Pesquisar materiais, procurar orientação especializada (leia-se engenheiro, arquiteto, técnico em edificações) para saber onde estão as áreas mais delicadas e o que pode ou não ser feito é fundamental e tem que estar por escrito, até para saber exatamente o que foi feito e evitar retrabalho.
– Pagar o pedreiro semanalmente e recolher os tributos, como INSS – prática comum no cotidiano. Normalmente é feito um contrato com quem vai trabalhar na obra, e nessa hora não se esqueça de verificar o recolhimento de INSS pelo profissional (se acontecer algo com o pedreiro, como um acidente, você será responsabilizado por arcar com as despesas médicas).
– Trabalhar com engenheiros e arquitetos onera muito o serviço – nada mais errado querer fazer tudo sem orientação profissional. Temos visto obras irregulares que causam transtornos e mortes justamente por não terem tido a orientação obrigatória, por lei. Lembro que toda reforma que modifique o imóvel estruturalmente (mais um quarto, extensão da sala, remodelação da parte interna e externa) precisa estar registrada na prefeitura. O que não requer mudanças estruturais – como troca de azulejos, pisos, pintura das paredes – pode ser feito sem notificar a prefeitura, mas mesmo assim requer profissionais habilitados. Contratar engenheiros, arquitetos e profissionais técnicos de edificações pode representar uma boa economia porque eles têm dicas preciosas que farão você gastar menos, pois sabem os melhores materiais e a melhor relação custo-benefício.
– Comprar com folga é melhor porque toda obra acaba precisando de mais material do que foi calculado – se a obra está sendo conduzida por profissionais, eles têm como calcular quantidades exatas visando o mínimo de perda de material. O mesmo vale para o inverso: se for pedida a compra de uma determinada quantidade, não caia na tentação de comprar somente a metade, pois isso poderá representar atraso e retrabalho na obra.
– O descarte de materiais da obra é algo que precisa ser pensado antes da obra começar – verdade, verdadeira! Toda obra, seja a mais simplesinha (troca de azulejos, por exemplo) vai gerar resíduos e lixo, que precisam ser descartados corretamente. Alugar a caçamba é algo obrigatório e o descarte inadequado de resíduos pode causar multas ao imóvel de onde o entulho foi removido. Não pense em jogar em outras caçambas, pois câmeras de segurança (e pessoas atentas) estão em todo lugar e podem usar esta informação para um processo civil. Lembre-se que jogar entulho fora de áreas próprias para este fim é multa na certa.
– Toda obra demora mais do que o planejado – mito que ficou popular justamente por a maioria das obras não ter orientação de profissionais habilitados. Uma empresa de reformas tem como planejar exatamente tempos e movimentos e normalmente calcula com uma margem de segurança o prazo de entrega da obra (até porque eles querem receber todo o valor, e no contrato deve constar o escalonamento dos pagamentos, sendo os últimos na entrega da reforma). Quem faz por conta própria acaba deixando o prazo como elemento menos prioritário – e, em geral, isso gera perda de material, desgaste psicológico e maior custo.